"O que vos digo na escuridão, repito-o à luz do dia, e o que escutais em segredo, proclamai-o sobre os telhados" (Mt-10,27)

6 de maio de 2012

Permanecer em Jesus é essencial para viver e frutificar


Por oito vezes, Jesus usa o verbo “permanecer” no Evangelho de hoje. Por que tanta insistência nesse assunto? A única explicação é que a permanência em Cristo é o núcleo fundamental da Sua mensagem.
Permanecer em Jesus é acolher Sua Palavra e Seu exemplo, e procurar colocá-los em prática. É permanecendo em Cristo que os discípulos produzirão os frutos que são do agrado do Pai. E a seiva do amor que une Jesus aos discípulos cria laços entre as pessoas, leva-os à fraternidade, à solidariedade e comunica a vida.
Para que nós sejamos “ramos frutíferos”, precisamos ouvir e guardar bem as Palavras da Verdadeira Videira: “Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda” (Jo 15,2). Para que mais uvas cresçam, o Senhor poda os ramos, removendo os rebentos inúteis e tudo o que poderia desviar a força vital da produção.
A poda é dolorosa, mas necessária, porque muitas coisas sugam nossa força e nos impede de nos dedicarmos à produtividade. Precisamos de uma boa capina e poda, então, deixe-se corrigir. Outra coisa exigida para a produção de fruto é permanecer na videira. Sem a ligação vital com ela, o próprio ramo murcha e morre. Isso nos leva à segunda responsabilidade principal dessa passagem.
Permanecer em Jesus é essencial para vivermos e frutificarmos: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,4-5).
Aqueles ramos que permanecem em Cristo produzem muito fruto pois, caso contrário, serão colhidos e lançados ao fogo. É a pura verdade o que Jesus nos diz: “Sem mim nada podeis fazer”. Separados de Jesus, nada podemos fazer para melhorar nossa vida, nossa família, nossa alma e nossa relação com Deus.
Muitos tentam andar a sós, pensando que sua bondade e discernimento produzirão fruto sem se apoiar no Senhor. Se você também está pensando e agindo dessa maneira, está enganado. Somente com a ajuda de Jesus somos capazes de cumprir a justiça e a verdade que o Senhor espera que produzamos.
Para isso, Cristo permanece em nós por meio de Suas Palavras: “Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós”. Alguns buscam “divorciar” Jesus do que Ele diz e procuram uma relação com Ele sem prestar cuidadosa atenção à Sua Palavra. Eles dependem de sentimentos, emoções e experiências. Mas, de fato, o Senhor mora em nós somente até o ponto em que Sua Palavra e Seus ensinamentos permanecem em nós.
Precisamos nos lembrar, constantemente, do que Jesus disse e meditar sobre isso de modo que Ele possa viver poderosamente em nós. O outro modo pelo qual Jesus permanece em nós é quando guardarmos os Seus mandamentos: “Se guardardes os meus mandamentos permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço” (cf. Jo 15,7).
Peçamos ao Pai do céu que nos dê a graça de manter uma ligação ininterrupta, ativa e constante com Jesus, de quem dependemos para produzir os frutos que Ele mesmo espera de nós.

PE. Bantu Mendonça
Link para o Evangelho de hoje: (João 15, 1-8)

Escala de Leitores e Comentaristas: Maio, 2012


23 de abril de 2012

São Jorge, rogai por nós!


Conhecido como 'o grande mártir', foi martirizado no ano 303. A seu respeito contou-se muitas histórias. Fundamentos históricos temos poucos, mas o suficiente para podermos perceber que ele existiu, e que vale à pena pedir sua intercessão e imitá-lo.

Pertenceu a um grupo de militares do imperador romano Diocleciano, que perseguia os cristãos. Jorge então renunciou a tudo para viver apenas sob o comando de nosso Senhor, e viver o Santo Evangelho.

São Jorge não queria estar a serviço de um império perseguidor e opressor dos cristãos, que era contra o amor e a verdade. Foi perseguido, preso e ameaçado. Tudo isso com o objetivo de fazê-lo renunciar ao seu amor por Jesus Cristo. São Jorge, por fim, renunciou à própria vida e acabou sendo martirizado.

Uma história nos ajuda a compreender a sua imagem, onde normalmente o vemos sobre um cavalo branco, com uma lança, vencendo um dragão:

“Num lugar existia um dragão que oprimia um povo. Ora eram dados animais a esse dragão, e ora jovens. E a filha do rei foi sorteada. Nessa hora apareceu Jorge, cristão, que se compadeceu e foi enfrentar aquele dragão. Fez o sinal da cruz e ao combater o dragão, venceu-o com uma lança. Recebeu muitos bens como recompensa, o qual distribuiu aos pobres.”

Verdade ou não, o mais importante é o que esta história comunica: Jorge foi um homem que, em nome de Jesus Cristo, pelo poder da Cruz, viveu o bom combate da fé. Se compadeceu do povo porque foi um verdadeiro cristão. Isto é o essencial.

Ele viveu sob o senhorio de Cristo e testemunhou o amor a Deus e ao próximo. Que Ele interceda para que sejamos verdadeiros guerreiros do amor.





São Jorge, rogai por nós!


21 de abril de 2012

Jesus é a nossa força no momento da fragilidade


Jesus deixa Seus apóstolos sozinhos, à noite, no meio do mar. Por seu estado de turbulência, a tempestade parece uma representante do mal, dominada pelo maligno. A barca, como tudo o que representava o Reino, era, realmente, uma “pequena semente de mostarda”. Sem Jesus, o vento contrário a embarcação e a impede de chegar ao seu destino. Não adianta o esforço dos remos, porque a vela, com o vento contrário, não pode ser usada.
Aparentemente, os discípulos estavam sós. Mas, na realidade, Jesus estava ali, seguindo-os bem de perto. Para eles, o Senhor, como alguém saído das profundezas do mar, era um espírito que os atormentava e produzia o vento furioso que impedia seu avanço. Somente as Palavras amigas do Mestre acalmaram os nervos e infundiram a tranquilidade e o sossego necessários. Era Ele [Jesus] o amigo que traria a solução do problema que os afligia.
Pedro, uma vez mais, mostra-se impetuoso e mais confiante do que seus companheiros. Não só reconhece o Mestre como também quer participar desse poder de estar “acima do mal”, representado pelas águas turbulentas do mar.  Ele sabe que o poder de Jesus não é unicamente pessoal, mas atinge igualmente Seus mais íntimos amigos. O Senhor reconhece, na prática, o que Pedro lhe diria mais tarde: “Em Ti unicamente eu confio, pois cremos e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus”.
Porém, sempre existe a dúvida e a indecisão após tomar uma atitude valente e corajosa. O vento e o mar agitado abalam a fé e a confiança de Pedro. Só a resposta de Jesus, ante a súplica angustiada do apóstolo, restabelece a situação e salva o discípulo. A oração de Pedro é o grito que deverá salvar muitas vidas do fracasso total: “Senhor, salva-me!”. Nela encontramos a força que nos falta e a fé que procuramos.
O trecho de hoje está escrito precisamente para demonstrar que a transcendência e a independência de Jesus, manifestada com Suas palavras e Seu proceder diante das leis e costumes tradicionais e perante as leis físicas da natureza, revelam Seu domínio absoluto sobre as crenças e Seu senhorio total sobre os acontecimentos, de modo que a nossa resposta, de hoje, não pode ser outra senão daqueles homens que estavam no barco:“Verdadeiramente, Tu és Filho de Deus!”.
PE. Bantu Mendonça
Link para o Evangelho de hoje: (João 6, 16-21)